EM SERVIÇO NO PLANETA TERRA

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sexta-feira, 2 de março de 2018

O Espírito de Serviço

Por Conceição Vitor




Hoje, vamos falar uma das maiores Virtudes da Consciência Crística: o espírito de Serviço”.

Se você é trabalhador da Luz e doa seu tempo, seu conhecimento e seus dons a uma causa, você já deve ter ouvido a célebre frase: “Mas o que é que você ganha com isso?”

Pois bem, o êxtase do Ser Crístico é justamente o servir, o doar-se, o compartilhar... sem o foco no resultado e, muito menos, no retorno; seja ele qual for.

Não existe mais o “dar e receber”, porque o retorno é a própria alegria de doar-se.... O receber já é o próprio ato de dar.... O Ser Crístico não visa receber nada porque já tem tudo, está em plenitude com a Centelha Divina “Eu Sou”. Está pleno de realização interior.

Em uma mentalidade onde predomina o domínio do ego, ou seja, do interesse próprio, a barganha, a recompensa... é um pouco difícil alcançar o significado desse estado de consciência e, não raro, a pessoa é tida como estranha, diferente e até “meio boba”.

O Espírito de Serviço não está atrelado às escolhas egoicas da mente encarnada.... Está atrelado ao propósito de alma de cada ser, encarnado ou não.

Nesse estágio de consciência, quem alimenta os pensamentos, sentimentos, emoções e ações do Ser é a sua Alma, sua Centelha Divina, e não se tem mais quase compromisso ou identidade alguma com a consciência de massa... já alçou voo para além do estrato sociocultural geográfico, onde se está inserido. Interiorizou-se!

Este é o Ofício do Cristo, operando em você... aqui na fisicalidade.

O espírito de Serviço está além do que conhecemos como altruísmo que, por sua vez, transcende o conceito de caridade.

A visão teológica do termo “caridade” distorceu, restringiu ou minimizou bastante o seu significado, quase que unicamente a nível material: o doar coisas a quem tem menos.

Mas a caridade, eu diria, é o primeiro estágio, ou estágio embrionário do espírito de Serviço; ou seja, é o primeiro degrau iniciático do Serviço.

Caridade é a ajuda prestada de indivíduo para indivíduo, quase sempre de natureza material, embora a caridade se manifeste de diversas formas.

Quando você oferece um sorriso, uma palavra, um aperto de mão, a paciência de ouvir um desabafo, um abraço a quem está em meio a uma experiência de dificuldade ou privação ou carência, uma prece em favor de outro... ou outros.

Equivocadamente, religiões transformaram a caridade em uma obrigação, ou um negócio com o Divino. Ora... onde tem obrigação não tem coração: é ego.

Um ego que o obriga a ajudar o próximo porque Jesus mandou, ou porque Kardec falou, ou porque disso depende a sua redenção, a sua salvação..., ou seja, a caridade é um “negócio” que vai lhe render algum ganho, a longo prazo.... Nesse caso, a intenção é manipular o Divino para obter uma recompensa.

O doar por ter pena de alguém também não tem alma: tem ego, pois, consciente ou inconscientemente, se está considerando que o outro é menos ou tem menos do que você.

Outra distorção é doar ou ajudar para alimentar uma autoimagem de “bonzinho”, ou por efeito gregário, ou seja, quando muitas pessoas estão doando ou ajudando, com medo do julgamento social... quando acontecem tragédias, por exemplo.

Somente a ação caritativa que emana voluntariamente do seu coração e sem intenções egoicas se soma ao seu coeficiente de iluminação.... Essa é a verdadeira caridade; o resto é ego, não serve ao seu propósito de alma.

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O segundo passo iniciático, por assim dizer, no caminho do Serviço é o altruísmo.

O conceito filosófico de altruísmo é de um tipo de comportamento encontrado nos seres humanos e outros seres vivos. Não é sinônimo de filantropia, mas é algo mais próximo da solidariedade.

A palavra “altruísmo” em si, foi cunhada pelo filósofo francês Augusto Comte, em 1831, para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a se dedicarem aos outros.... É um conceito que se opõe ao egoísmo (ego = eu), que são inclinações especificamente individuais (pessoais ou coletivas).

O altruísmo já tira a pessoa que detém esse nível de comprometimento da condição de obrigação ou negócio. É mais um estado natural de consciência do que algo imposto de fora.... A pessoa demonstra, aqui, um certo grau de despojamento de si mesmo em favor do outro.

Enquanto a caridade é de indivíduo para indivíduo, o altruísmo é mais uma causa social, ou seja, não se trata de ajudar um indivíduo necessitado, mas também, ou principalmente, uma causa social.

O altruísta não doa coisas apenas; ele doa o tempo, ideias, ações coletivas, abraça causas.... Sai um pouco de si mesmo, da sua persona, da sua zona de conforto.

É o início do desapego do ego. É o momento ou o estágio em que o Eu Divino começa a se manifestar e ganhar força no interior do coração.... E começa a dirigir os pensamentos, sentimentos e ações do Ser.

Porém, aí o ego ainda tem poder.... É como se fosse uma vida dupla, uma metade de caminho, em que se está com um pé de um lado e o outro de outro lado. Há uma espécie de equilíbrio, onde as duas forças motrizes: ego e espírito, se equiparam e dividem a consciência ora em um estado, ora em outro, mantendo ambos como necessários em seu caminho.

Desenvolvem-se, neste estágio, a compaixão e a empatia...

Entretanto, quem estagia ao nível de altruísta nunca mais pode voltar a ser apenas caridoso.... Iniciações espirituais, ocorridas ao nível de alma, jamais retrocedem porque promovem uma expansão de consciência irreversível.

E nesse estado de não retrocesso, a expansão de consciência é uma constante espiral ascendente interminável.... Nesse processo, o Ser vai se libertando gradativamente de toda manifestação de domínio do ego e se fundindo, também gradativamente, com sua Centelha Divina, a partícula de Deus encerrada em seu Cardíaco.

As questões pessoais, as realizações materiais e particulares deixam de ser prioridade, perdem a importância porque a consciência já expandiu para o domínio do universal.

Esse estágio transcende o domínio do coletivo, experimentado no Altruísmo, e adentra totalmente no propósito de alma que atende ao propósito divino.... Aqui, não está mais em jogo o indivíduo, a família, a comunidade, o país, o planeta..., mas sim a universalidade, o Serviço ao Criador, na qualidade e na competência de um cocriador.

Os cristãos devem se lembrar da célebre frase de Paulo de Tarso, quando iniciou seu apostolado: “Não sou mais eu quem vive, é Deus que vive em mim”.... Isso é unificação, é a supremacia da Essência sobre o ego.... Aliás, o ego se torna uma ferramenta à disposição da Alma, para suas realizações para o Bem Maior.

É esse espírito de “Serviço” que move os avatares, os cristos, os arcanjos e anjos, os mestres, seres extraplanetários evoluídos, os grandes trabalhadores e guerreiros da Luz, por exemplo, a descerem na densidade de um planeta de 3ª Dimensão, para resgatarem e elevarem uma humanidade ainda em sua infância espiritual.

Eles se sujeitam aos perigos e enfrentamentos impostos pela escuridão.... Eles doam seu corpo físico, porque quase sempre são martirizados e assassinados, mas deixam faíscas de luz em milhares de consciências, cada vez que aqui vêm.

Eles passam muitos séculos, milênios até, em trabalho de redução de sua elevadíssima frequência vibracional para ancorarem sua energia em um corpo humano físico tridimensional, ainda à base de carbono.

Mas isso não importa para eles, porque só o que sentem é amor, é entrega, é comprometimento.

Pela completa integração à Consciência Cósmica, nada temem, nada os intimida, nada lhes oferece resistência....

Esses são aqueles para quem você nunca poderá perguntar: “Mas o que é que você ganha com isso?”, porque o ganho é exatamente a oportunidade de servir e cocriar, ser Um com o Divino.

Não existe mais o espírito caridoso, nem o altruísta: existe o próprio Criador cuidando, gerindo e sustentando a própria Criação. Não existe mais você e o Criador: existe o próprio Criador se expressando em você.

Não perdemos nossa identidade, mas passamos a ser identidade em unidade, pela fusão com a Mente Sagrada do Criador.

É um estágio que nos parece distante demais para alcançar, não é? Mas ele começa aqui, quando você desenvolve o espírito da verdadeira caridade, até se tornar um altruísta e se graduar como Servidor.

O estágio da Caridade se caracteriza pela ajuda; o do Altruísmo pela Abnegação e, finalmente, o estágio do Serviço se reconhece pela entrega....

Não se chega ao espírito de Serviço em nenhuma escola..., não há cursos, não há livros, não há práticas espirituais.... O único caminho é sempre o da expansão de consciência, que se consegue ao olhar para dentro, reconhecer e se entregar ao Ser Divino que habita em seu coração, cuja personalidade é apenas uma casca, uma vestimenta social, da qual você vai se despojando a cada pequeno salto quântico, ao longo de sua caminhada de retorno à Casa do Pai: seu coração.

Namastê!

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Autorizada a divulgação, desde que respeitando os créditos do Blog:
Conceição Vitor: mc_vitor@terra.com.br
Fonte: http://almasiriana.blogspot.com